quinta-feira, 3 de junho de 2010

O Mercador de Veneza

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Voltando ao tema “clássicos da literatura” estou aqui para falar de um livro que infelizmente não cai em nenhum vestibular por não ser brasileiro, mas vale muito a pena ser lido. O motivo? É do mestre da dramaturgia, Shakespeare!
                Não vou falar de Romeu e Julieta, Sonho de Uma Noite de Verão ou Hamlet. Esses são tão famosos e tão arraigados na nossa cultura que até quem nunca leu sabe pelo menos um pouquinho do que se trata a obra. A obra de hoje é um pouco menos conhecida de nós brasileiros, “O Mercador de Veneza”.
                É uma comédia romântica, mas não ó bobo, trata de temas profundos como amor, vingança, ganância e dinheiro.  O mercador do título é Antônio, ele é um homem muito bondoso e resolve ajudar o amigo Bassânio para que o mesmo possa viajar e ir de encontro com sua amada, Pórcia. Todavia, ele não dispõe desse dinheiro, logo ele procura um agiota judeu, Shylock, o grande vilão da trama. A vingança de Shylock, que já era inimigo de Antonio, se dá numa cláusula em que se a dívida não for paga, Antonio terá que lhe dar uma libra (um Kg vale certa de 2,2 libras) da própria carne.
                Bassânio consegue que Pórcia aceite seu pedido de casamento, enquanto isso, os navios de Antonio são queimados e ele não poderá pagar a dívida a Shylock.  Pórcia, quando descobre o que está acontecendo, resolve ajudar Antonio se disfarçando de magistrado e defendendo-o em um julgamento super dramático. Que eu não vou contar o final para não estragar a história.
                Mas o livro não se resume a isso. Nas entrelinhas você pode ver as questões da época. O antagonismo (judeu x cristão) é bem marcado por Shylock e Antônio respectivamente. Há muita discussão sobre qual era a intenção de Shakespeare em colocar um judeu como vilão. Uns dizem que é uma crítica ao preconceito que esse povo sofria na época, que eram chamados de “povo do mal” e viviam sempre nas periferias. Outros dizem que é puro anti-semismo do autor.
                Esta é apenas uma das questões do livro que demonstra bem toda a sociedade européia do século XVI. E mostra também o melhor e o pior do ser humano. A peça virou filme em 2004. Veja o trailer.

Aconselho a leitura, óbvio, de preferência na linguagem original. Pode ser meio penoso, mas ler uma obra de Shakespeare na linguagem atual tira metade da beleza de se ler um clássico.
By: Taay