quinta-feira, 20 de maio de 2010

Cumprindo Promessas

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Quem lê o blog com certa freqüência sabe que eu e minha amiga Brisa resolvemos fazer posts sobre os clássicos da literatura por causa de um pedido. Conforme o prometido, aqui está o post sobre Memórias Póstumas de Brás Cubas, do sempre mestre Machado de Assis. Lembrando que não se trata de uma aula, e sim de informações sobre o livro e muito um pouco de minha opinião sobre ele.

Bom, não tem como começar a falar da obra sem falar do contexto histórico pelo menos rapidamente. Na época em que foi publicado (1881) o Brasil ainda está estava muito atrasado em relação à Europa quando se trata de literatura. Ainda fazíamos o romantismo enquanto o resto do mundo já tinha caído de amores pelo Realismo. Machado de Assis, com Memórias Póstumas de Brás Cubas inaugurou o Realismo brasileiro. Era outro patamar, ou seja, tudo que existe hoje em literatura brasileira se deve a este lançamento.
                O livro é narrado por Brás Cubas (dã) que depois de sua morte (daí o póstumas do título) resolve escrever um livro de memórias. Não espera nada bonito nem romântico. A coisa ali é realista até demais. O narrador-personagem é o que se pode chamar de canalha. Ele é extremamente irônico e crítico além de um certo hábito bem brasileiro de querer se dar bem em tudo. É com a voz dele que Machado de Assis pôde tocar nas feridas da sociedade brasileira. Não busque por ordem cronológica. O livro é iniciado com o funeral do protagonista e depois pula para a infância e a adolescência do mesmo.
                Eu ia contar mais detalhes do livro, mas isso além de tirar o prazer da leitura faria esse ser o maior post desse blog. Mas resumidamente, com o livro você reflete o quanto a vida NÃO é bela e o quanto as pessoas são ruins. Não entre em depressão caro leitor, é apenas a realidade, só que um pouco mais crua.
                O objetivo era exatamente esse, cutucar as pessoas para elas perceberem os romances anteriores não passavam de idealização. Olha isso:
“(...) Marcela amou-me durante quinze meses e onze contos de réis (...)”

Quer mais realidade que o trecho acima? Impossível. Mas confesso que o livro me arrancou muitas risadas porque há muito humor negro nele. Principalmente quando ele não consegue se tornar ministro e deixa um capítulo em branco de tanta frustração:
No capítulo seguinte, explica: 
 “Há coisas que melhor se dizem calando; tal é a matéria do capítulo anterior”. 

Adaptaram o livro para o cinema. Veja o trailer. 






Ele é bem fiel, mas ainda é uma adaptação, então não se prenda ao filme e vá ler o livro. Vale a pena. Exceto pela linguagem rebuscada do século 19, mas não desista.
            E assim termina o que eu acho que realmente virou o maior post deste blog! Será que um dia eu consigo escrever pouco? Torçam por mim!

By: Taay